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Boi gordo: fim de safra atrasado?

por | 21 mar, 2019

Por Leandro Bovo da Radar Investimentos

Depois de um janeiro com chuvas abaixo da média na maioria das regiões produtoras, São Pedro abriu as torneiras e o final de fevereiro e o mês de março até agora já estão entre os mais chuvosos da história.

Essa é uma ótima noticia para a safrinha de milho, que depois de ter sido plantada em sua maioria dentro da janela ideal, ainda foi “agraciada” com chuvas em abundância em seu desenvolvimento inicial. As consequências disso na produtividade são óbvias e estão sendo refletidas nas quedas de preço de toda a curva futura de milho cujas consequências foram abordadas no artigo da semana passada.

Para o boi, o excesso de chuva trouxe uma enorme melhora na capacidade de suporte das pastagens e caso a previsão mais estendida de excesso de chuva se mantenha, a consequência disso será um atraso no tradicional aumento de oferta de final de safra. Outra consequência foi uma maior procura no mercado de reposição que já vinha aquecido e agora com a sobra de pasto encareceu ainda mais.

Esses dois fenômenos são correlacionados e um amplia o efeito do outro, já que com os preços da reposição subindo, a tendência do produtor é manter os animais em engorda, buscando aumentar o peso para minimizar o ágio e melhorar a relação entre a venda do boi gordo e a compra do garrote ou bezerro.

A consequência dos fatos descritos acima são um acumulo maior de animais para abate no final da safra, fato esse que normalmente já ocorre, mas que esse ano tende a ser mais intenso e mais tardio.

A boa notícia é que o mercado futuro tem dado ótimas oportunidades de compra de seguro de preço contra quedas para essa época, com o preço mínimo de R$150,00/@ para maio, junho e julho sendo negociado ao custo de R$1,00/@. Para quem quiser se proteger contra os possíveis efeitos adversos dessa possível concentração nos preços, essa parece ser uma ótima estratégia. Fale com seu corretor de confiança e não deixe passar essa oportunidade.         

***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” da Scot Consultoria***