Por Douglas Coelho
Os preços de balcão no mercado físico do boi gordo tiveram poucas alterações nos últimos dias. De fato, a diferença entre os frigoríficos que possuem termo/parceria e as indústrias que não trabalham com essas ferramentas se refletiu nas tentativas de compra.
Esta diferença deixou o mercado balizado por baixo, com base no maior volume de negócios, geralmente feito por grandes capacidades de abate. Enquanto as indústrias de menor porte têm caminhado aos poucos com a compra de animais.
Já o mercado futuro não tem levado a ferro e fogo as últimas variações destes indicadores, já que o contrato de nov/18 trabalha mais próximo de R$147,20/@. Valor este R$2,15/@ acima do Indicador Esalq USP desta terça-feira (13/11).
O lado positivo para o produtor neste sentido é que os contratos de dez/18 e jan/19 seguiram com um ágio relativamente atraente. Levando em conta os ajustes do dia anterior, estes ágios frente ao contrato de nov/18 eram de R$2,50/@ e R$2,85/@, respectivamente. Para o pecuarista conservador que gostaria de garantir o preço da arroba para uma parcela da produção em um mês de consumo tão retraído como o janeiro, vale a pena ficar atento às cotações de put.
Olhando os fundamentos, a sinalização das exportações em nov/18 gera boas expectativas. Em apenas 6 dias úteis foram embarcadas 50,7 mil toneladas, é quase metade daquela média histórica de 90-100k mil toneladas que o país costumava exportar.
No mercado interno, com tantos feriados, a produção pode ficar enxuta em meados de novembro com a transição de animais de cocho para pasto. No entanto, é inegável que São Pedro tem sido generoso desde outubro, com chuvas volumosas e frequentes, o que pode abrir um espaço para alguma antecipação de boiadas em relação à 2016 e 2017.
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” da Scot Consultoria***