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Sem melhora no emprego, confiança do consumidor não cresce, diz FGV

por | 24 jul, 2019

Por Alessandra Saraiva do Valor Econômico

RIO  –  A ausência de sinais de retomada no mercado de trabalho levou ao recuo de 0,4 ponto no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) entre junho e julho, para 88,1 pontos. Segundo a coordenadora de Sondagens da Fundação Getulio Vargas (FGV), Viviane Seda Bittencourt, o fato de não se notar indícios de ritmo maior de abertura de vagas atingiu principalmente as expectativas das famílias de baixa renda, que acabaram derrubando o indicador como um todo.

Como não há fatores que indiquem melhora no emprego nos próximos meses, a técnica não descartou possibilidade de confiança do consumidor em baixa. Nem mesmo a chance de saque de parcela de contas de FGTS, ativas e inativas, a ser anunciada oficialmente pelo governo hoje, poderia reverter esse cenário. Especialmente porque o valor de saque de R$ 500 que tem sido noticiado não teria impacto suficiente para impulsionar a economia.Viviane detalhou que, de junho para julho, a confiança das famílias de baixa renda caiu de forma muito mais intensa do que a média nacional. Na faixa de renda familiar até R$ 2.100,00, o ICC caiu 3,1 pontos; entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 o ICC recuou 1,9 ponto.

Ela comentou que nem mesmo a aprovação da Reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados ajudou a melhorar o humor dessas famílias de menor poder aquisitivo. “Isso teve mais impacto entre famílias mais abastadas”, disse, acrescentando que, entre famílias com renda familiar acima de R$ 9.600,00 o ICI subiu 4 pontos entre junho e julho. “Aprovação do texto-base não fez diferença para quem ganha menos”, resumiu ela.

Questionada se a trajetória do indicador poderia se reverter com a autorização de saques de FGTS e de PIS/Pasep, Viviane comentou que, com valor máximo de R$ 500, o setor da economia que poderá ser favorecido é o de bens não-duráveis, que pode ter melhor demanda. Mas o de duráveis, cujos itens têm maior valor agregado, não deve passar por aumento de procura. “Vai atingir os de menor renda mas não vai ser suficiente para movimentar a economia. Vai dar impulso de consumo, mas direcionado. Difícil ter um impacto no mercado de trabalho”, comentou ela.

Assim, a economista observou que a confiança do consumidor de menor renda pode se manter baixa nos próximos meses, e ajudar a compor novas taxas negativas no ICC. “Os de baixa renda não conseguem vislumbrar efeito rápido em sua situação financeira com a aprovação da Reforma da Previdência. A situação financeira familiar está muito volátil, dado que o emprego não está se mostrando consistente”, comentou a técnica, frisando que, somente com uma retomada mais robusta e contínua no emprego, seria possível recuperação sustentável na confiança do consumidor.