Por Nayara Figueiredo da Agência Estado (Broadcast)
São Paulo, 10/12/2019 – Os exportadores de carne bovina do Brasil podem se tornar os principais fornecedores do Mercosul para a União Europeia (UE) após o acordo entre os dois blocos econômicos, afirmou nesta terça-feira o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli. Com o acordo, o Brasil poderá responder por 42,5% das importações da UE do bloco, seguido pela Argentina, com 29,5%, o Uruguai, com 21% e o Paraguai, com 7%. “Quando esse acordo entrar em vigor, o País será um grande fornecedor de matéria-prima para a Europa”, disse o executivo.
Com base em informações do Itamaraty, a expectativa da indústria é de que o acordo seja aprovado em dois a três anos, pois depende da aprovação dos parlamentos dos países. No curto prazo, a principal demanda brasileira para o continente europeu é a negociação da Cota Hilton, de exportação de cortes nobres. A expectativa é de que alcance 99 mil toneladas de carcaça equivalente, subdivididas em 55% resfriada e 45% congelada, com uma tarifa intra cota de 7,5% e eliminação desta taxa assim que o acordo entre os blocos passe a vigorar. Atualmente, as tarifas para embarque à União Europeia vão de 12,8% a 20%, e a cota Hilton permite que sejam exportadas 10 mil toneladas da proteína pelo Brasil.
O País também pleiteia que a carne exportada dentro da Cota Hilton seja apenas de animais alimentados a pasto. “O Brasil encaminhou um pedido de alteração em julho deste ano e recebeu uma resposta em agosto. O conceito de carne bovina de qualidade está bem enraizado na percepção dos operadores e consumidores europeus”, afirmou Camardelli, não havendo, assim, necessidade deste tipo de exigência.