Por André Marinho da Agência Estado
São Paulo, 03/03/2020 – Após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciar, de forma extraordinária, a redução de sua taxa básica de juros em 50 pontos-base, a presidente da distrital de Cleveland da instituição, Loretta Mester, afirmou que a decisão deve ajudar a sustentar a confiança e relaxar condições financeiras de famílias e empresas endividadas, em meio ao surto de coronavírus.
A dirigente, no entanto, reconheceu que a ação não terá efeitos no lado da oferta, como impacto do fechamento de empresas, diminuição das interações sociais, menor fluxo de viagens e abalo na cadeia de fornecimento.
“Foi nesse contexto que eu apoiei a redução da taxa de juros de hoje, embora reconheça que as ações apropriadas tomadas por outras partes, incluindo autoridades globais de saúde pública e autoridades fiscais, provavelmente fariam mais para apoiar a confiança e os gastos”, disse, durante discurso em jantar organizado pela Sociedade de Economistas Profissionais.
Para Mester, os instrumentos da política monetária para lidar com choques negativos, como o coronavírus, estão se esgotando. No futuro, ela acredita que os bancos centrais terão que usar outras ferramentas, entre elas a compra de ativos e políticas de foward guidance (diretrizes).