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Dólar na máxima, possível recorde da exportação e abates em queda

por | 15 maio, 2020

A máxima do dólar comercial nesta quinta-feira (14/mai) foi R$5,97, valor este 8,0% acima da máxima de abr/20 e cerca de 45% acima da máxima de mai/19. O patamar da relação USD x BRL chama atenção de todos os players do setor de proteínas e já foi tema em artigos anteriores neste espaço também.

Para contextualizar, uma frase que o nosso economista-chefe, André Perfeito, costuma sempre dizer é: “Deus inventou as projeções de câmbio para manter os economistas humildes”. Eu concordo em gênero, número e grau com ele, pois com o câmbio possui muitas variáveis que pode alterar as estimativas (até mesmo um tweet de um presidente). No entanto, em meio as incertezas globais, a redução seguida de juros no país com o crescente desgaste político e uma agenda de reformas que está longe de ser concluída, em curtíssimo prazo este câmbio elevado pode ser o “novo” normal.

Por falar em “máxima” e olhando mais de perto a pecuária nacional, os dados dos do MDIC desta segunda-feira surpreenderam todo e qualquer analista de commodities agrícolas. Em apenas uma semana foram exportadas 53,5 mil t de carne bovina in natura. Seria, grosso modo, quase metade da média mensal dos embarques em 2017, 2018 e 2019 de 100,9 mil t, 112,7 mil t e 126,9 mil, respectivamente, em uma semana.

É um volume muito forte. Ainda é cedo, mas não descartaria um recorde do volume embarcado em maio de 2020.Do lado do preço médio da tonelada exportada, os valores em reais mostram um salto de 61,4% YoY. A remuneração da indústria exportadora em reais teve benefício não só em volume, mas também na conversão da moeda.

Olhando mais para oferta interna, hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados dos abates do primeiro trimestre de 2020. O abate bovino teve recuo de 10,8% em relação ao último trimestre de 2019 e queda 9,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Estes dados reforçam a visão de oferta estrutural enxuta de animais terminados. Isto porque estamos em plena safra e a comparação anual retira qualquer efeito da sazonalidade. Com a redução de algumas plantas, principalmente aquelas voltadas para o mercado interno, é possível que os números do segundo trimestre de 2020 também sejam inferiores quando comparado com 2019.

Talvez seja comum a visão que o dólar elevado é algo negativo em períodos de crise, como este que estamos vivendo. Porém, no caso da pecuária de corte e em outras commodities agrícolas, apenas a exposição ao mercado interno deixaria o período ainda mais turbulento. Esse patamar da relação USD x BRL, que chama a atenção de todos, talvez seja parte da solução e não do problema.

***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (14/mai) da Scot Consultoria***