Por Tânia Rabello da Agência Estado
São Paulo, 27/05/2020 – O preço da arroba do boi gordo deve se manter firme no País, principalmente no segundo semestre, avaliou há pouco o médico veterinário Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria, durante a live “Mercado sem rodeios: boi, leite e insumos em tempos de covid-19”, promovida pela própria Scot agora à noite.
Por isso, Hyberville Neto traça um cenário mais otimista para o confinador de gado no segundo semestre em relação a este primeiro, que representa o “primeiro giro” de confinamento. Segundo ele, passada a fase mais aguda da pandemia de coronavírus, o mercado interno deve retomar as compras de carne bovina, “lembrando, porém, que teremos ‘cicratizes’ que ficarão por meses e anos dessa pandemia”, observou. Essa retomada do mercado interno demandará mais bois terminados para abate.
“Além disso, países que reduziram as compras de carne brasileira também devem retomá-las conforme a pandemia arrefecer”, continuou. Assim, para ele, a partir de agosto a situação da arroba deve mudar em termos de atratividade, em função da maior demanda dos frigoríficos. “Vemos preços firmes no segundo semestre”, confirmou Hyberville. Ele lembrou que também no segundo semestre a safrinha de milho já estará no mercado, com relação de troca com a arroba em melhores condições para a engorda no cocho. Hyberville citou, entretanto, o alto custo do gado de reposição, que pode ser um fator limitante este ano para a atividade de confinamento.