Por Leandro Bovo da Radar Investimentos
Depois de altas praticamente ininterruptas que trouxeram o boi gordo paulista dos R$200/@ vigentes em maio desse ano para as máximas recentes de até R$ 300,00/@ em São Paulo, a indústria aparentemente resolveu “vir pra briga” e tentar colocar um freio nas cotações. A notícia de que no dia 11/11 duas grandes indústrias do Brasil tinham saído das compras trouxe muita apreensão no mercado físico e uma verdadeira revolução para o mercado futuro, que despencou mais de R$10,00/@ durante o dia.
No mercado há um ditado que diz que os preços sobem de escada, mas descem de elevador, e olhando o gráfico abaixo do contrato futuro de novembro, a impressão é exatamente essa, já que em apenas 2 pregões o mercado futuro devolveu a alta acumulada desde meados de outubro.
As reações são sempre mais rápidas e mais violentas no mercado futuro, e a briga para reduzir preços no mercado físico deverá ser mais dura, já que o ambiente de baixa oferta no Brasil inteiro não foi revertido de um dia para o outro. Essa queda de braço deve se estender pelos próximos dias ou talvez semanas e a indústria pode estar se apostando em alguma concentração de oferta de boi confinado para o final do mês, já que com a forte alta do mercado futuro no final de outubro, é possível que alguns confinadores tenham optado por segurar os animais em engorda para “ganhar” esse ágio de um mês para o outro postergando em um mês o abate. Além disso as chuvas começaram a ganhar volume no Brasil, dificultando um pouco a vida de quem pretende segurar os bois no cocho á espera de um preço específico.
É muito difícil antecipar quem vai ganhar essa queda de braço, e já houve outras tentativas de segurar a alta ao longo do ano em que a indústria não teve sucesso, porém as condições de preço e de mercado eram outras. Nas próximas semanas saberemos quem levou a melhor.
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (13/nov) da Scot Consultoria***