Por Leandro Bovo da Radar Investimentos
O mercado físico de boi gordo segue com preços firmes, dificuldade de compras e aos poucos novas máximas vão sendo alcançadas nas diversas regiões do Brasil. Esse movimento vem ocorrendo desde o início do ano, porém a estação chuvosa já vai entrar no seu terço final sem que tenha havido o menor sinal de aumento de oferta de boi gordo até o momento.
Além do boi gordo, o milho vive situação semelhante com a colheita da safra verão avançando sem afetar em nada as cotações que seguem quebrando recordes dia a dia. O atraso no plantio de milho safrinha e a consequente expectativa de menor produção potencial são os fatores por trás das altas recentes.
Essa péssima combinação para o confinamento não passou despercebida pelo mercado futuro de boi gordo, que reagiu colocando “prêmio” na curva de preços, ampliando o ágio do contrato de outubro sobre o contrato de maio, que chegou ao seu máximo na semana passada próximo de R$20/@, ou quase 6%, como pode ser observado no gráfico abaixo:
Esse aumento do diferencial está longe de resolver os problemas dos pecuaristas, mas pelo menos sinaliza que o mercado em geral se mostra preocupado com a oferta do segundo semestre e não quer correr o risco do ano passado, quando o diferencial de zero desestimulou o confinamento e cobrou um preço muito caro com relação à diminuição de oferta na entressafra. As contas do confinamento ainda seguem muito apertadas, o ágio atual já é um alento, falta milho e boi magro começarem a colaborar…
***Texto originalmente publicado no informativo pecuário semanal “Boi & Companhia” nesta última quinta-feira (18/mar) da Scot Consultoria**