O ano de 2017 tem sido um verdadeiro filme de terror para a pecuária brasileira, com um novo susto a cada capítulo. O susto da vez foi a paralisação dos abates de todas as unidades do JBS no MS. O mercado físico, que já vinha apresentando sinais de enfraquecimento nos últimos dias, acabou acelerando a tendência e na esteira de mais problema as industrias tentam impor recuos mais consistentes nas cotações.

O mercado futuro que já vinha com uma tendência baixista, aparentemente não deu muita atenção para o problema do MS, já que fechou o pregão de 18/10 com apenas R$0,60 de queda para os vencimentos de out/17 e nov/17 apostando que essa situação não traria grandes impactos nesse final de entressafra. O MS não é um estado grande confinador e a oferta por lá já não era abundante, porém caso a decisão do JBS se prolongue por mais tempo, seria muito difícil não haver pressão adicional nos preços do estado e também na praça paulista. De toda forma até o momento, o cenário previsto pelo mercado futuro ainda é de relativa calmaria.

Infelizmente esse filme de terror ainda está longe de ter um final à vista e a verdade é que não dá para saber o que esperar dos próximos capítulos. Qualquer análise mais profunda de oferta e demanda acaba perdendo o sentido diante de acontecimentos como esse, que não podem ser previstos e se impõem sobre a realidade vivida até então.

Em situações como essa a compra de seguros de preço mínimo acaba se tornando quase que obrigatória até que esse filme chegue ao seu final.


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**texto originalmente publicado em 19/10 no informativo Boi & Companhia da Scot Consultoria (www.scotconsultoria.com.br)**