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Vendas de cimento em junho dão salto de 24,2%, diz SNIC

por | 7 jul, 2020

Por Valor Econômico

Os fabricantes de cimento no país encerraram junho aliviados: as vendas do produto no mês registraram um salto de 24,2%, na comparação com mesmo mês do ano passado, com 5,2 milhões de toneladas. Os dados, ainda preliminares, são do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Conforme a entidade, a recuperação se mostrou forte a partir de maio. No fim de março e em abril, o desempenho do setor, assim como diversas atividades econômicas do país, sofreu o impacto da pandemia de covid-19, causado pelo isolamento social e restrições de circulação das pessoas.

“A partir de maio veio a surpresa e o crescimento do setor, que se estendeu a junho”, diz o SNIC. Segundo destaca, ao final do primeiro semestre é possível afirmar que dois fatores puxaram para cima as vendas de cimento no país nesse período: a autoconstrução (residencial e comercial) e a retomada das obras dos empreendimentos imobiliários.

De acordo com o SNIC, esses dois vetores respondem, atualmente, por aproximadamente 80% do consumo no país. “Foram eles que alavancaram as vendas do insumo no mercado interno, atingindo 26,9 milhões de toneladas de janeiro a junho, mostrando expansão de 3,6% sobre mesmo semestre de 2019”, ressalta a entidade, em comunicado. Construção industrial e obras de infraestrutura (quase inexistentes) ficam com 20% restantes.

Outro indicador importante de desempenho, as vendas por dia útil no mês passado tiveram aumento de 7,7% sobre maio, com 228 mil toneladas, e de 16,1% na comparação com junho de 2019. “As reformas seguem em ritmo chinês há mais de dois meses”, afirmou Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC. Segundo ele, isso é demonstrado por indicadores de vendas de lojas de materiais de construção.

Penna explica o que chamada de fenômeno: “o aumento do tempo de permanência das pessoas nos lares reforçou a necessidade de pequenas melhorias nas casas, que deixaram de ser apenas um lar para se transformar num local de trabalho e lazer”. Ele cita também as reformas e manutenções em estabelecimentos comerciais, executadas durante a paralisação forçada.

Por outro lado, há a retomada das obras de empreendimentos imobiliários por parte das incorporadoras. Nas pesquisas do setor da construção, aponta o SNIC, há registros que mostram aumento de trabalhadores nos canteiros de obras.

“A covid-19 provocou uma série de mudanças nas nossas vidas, nos nossos hábitos e nas nossas prioridades. Para a indústria do cimento, a crise mostrou que o cuidado com a casa e o uso de reservas pessoais e investimentos para pequenas reformas, tão populares na década de 80, voltaram a fazer parte do orçamento familiar”, afirma Penna.

Em junho, todas as regiões do país mostraram desempenho positivo, com destaque para o Nordeste, com alta de 44,8% nas vendas. A seguir vieram o Norte (28,4%) e Centro-Oeste (28,1%). O Sudeste registrou 19,3% e o Sul 12,8%. No acumulado do ano, o consumo no Nordeste também se destaca e a região Norte é a única a apresentar índice negativo.

Após amargar quatro anos de profunda recessão (2015-2018), com retração de até 27% nas vendas, o setor viveu o primeiro ano de respiro em 2019, conseguindo registrar 3,3% crescimento nas vendas de cimento — embora sobre uma base achatada. A projeção do SNIC para este ano era de alta de 3%. Mas isso foi afetado, inicialmente, pelas fortes chuvas de janeiro e fevereiro e, a partir de meados de março pela crise global do novo coronavírus.

Apesar desse desempenho surpreendente, o setor tem preocupação sobre a manutenção do ritmo no segundo semestre, em especial no nível de lançamentos imobiliários. Destaca principalmente o último trimestre, podendo gerar um cenário negativo para as indústria do cimento e da construção civil.