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Scot Consultoria/Alcides Torres: é remota possibilidade de embargo chinês à carne brasileria

por | 13 ago, 2020

Por Tânia Rabello da Agência Estadp

São Paulo, 13/08/2020 – A possível detecção de coronavírus em frango brasileiro, anunciada hoje pela China, ainda é algo “nebuloso”, na visão do sócio diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, especialista no mercado pecuário. Ele diz ser “remota” a possibilidade de a China embargar a carne de frango do País caso se confirme que a presença do vírus decorra de falha em processos de produção aqui no Brasil. “Na pior das hipóteses, eles suspendem as compras da planta que apresentou o problema, mas não o País inteiro”, disse Torres ao Broadcast Agro.

“Os chineses já têm agido dessa maneira; detectam o problema e bloqueiam as importações da unidade por um período determinado”, citou ele, acrescentando que tal procedimento tem ocorrido com várias plantas frigoríficas no mundo, e não só no Brasil. Mas assinalou: “Isso se eles chegarem à conclusão de que o problema é realmente no processo industrial, na origem”.

Nesta quinta-feira, o governo da cidade de Shenzhen, no sul da China, disse que teste feito em uma amostra de asa de frango congelada importada do Brasil apontou presença do coronavírus. Segundo a administração local, a descoberta foi feita após uma pequena amostra da superfície ser retirada do lote e testada por centros locais de controle de doenças.

Torres comentou, entretanto, que ainda há “muitas incertezas” sobre o ocorrido. “Ninguém sabe direito; não há certeza sobre quando o lote foi contaminado e em que fase do processo”, continuou. “Pode ter ocorrido a contaminação por coronavírus na própria China, nos carregamentos. Devemos lembrar que a carga sai do porto brasileiro e leva de 30 a 40 dias para chegar ao porto chinês.”

Além disso, especificamente sobre a carne de frango, Torres cita que as exportações brasileiras para a China já estavam “conservadoras”, ao contrário dos embarques de carne bovina e suína, que deram um salto nos últimos meses e continuam aquecidas. “Assim, não teria nenhuma razão para impor algum tipo de barreira (sanitária) para o Brasil.” Para ele, agora só “resta aguardar a atitude dos chineses”. “Na pior das hipóteses, eles embargam a planta, mas não o País”, reafirmou.

Sobre a possibilidade de a China buscar carne de frango em outros mercados, Torres mencionou que, de fato, o país asiático já está adotando a política de diversificar seus fornecedores. E, no caso do frango, há maior concorrência de fornecedores, em comparação com as carnes bovina e suína. “Argentina e Chile têm exportado para lá. Mas Estados Unidos e União Europeia não seriam concorrentes, pois a carne deles é bem mais cara do que a do Brasil”, continuou, lembrando, ainda, que a China está “brigada” com os Estados Unidos, referindo-se à guerra comercial. “Eles (os chineses) não podem deixar de comprar proteína animal do Brasil; seria um cenário remoto e até suicida”, afirmou Torres. “Além disso, a carne de frango brasileira é abundante, de qualidade e barata para os importadores.”